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Com a globalização de negócios, com a exigência de se obter melhores patamares de competitividade, provocando alterações significativas nas estruturas organizacionais, nas políticas, normas e procedimentos internos, e em especial nos sistemas e métodos de informações e tomadas de decisões, muitas organizações, públicas e privadas, sentem a real necessidade de contar com um órgão interno, responsável por tais tarefas, como era, o de Organização, Sistemas e Métodos (OSM) mas, poucas gostariam de ter de novo aquele órgão, estruturado e operacionalizado como antigamente!

Trocando idéias co dezenas de empresários, diretores e gerentes, constatamos que este desejo é real e que, na opinião unânime daqueles profissionais, este órgão deveria ter uma nova roupagem, um novo enfoque, uma nova  forma de atuação.

Várias empresas até tentarem ressuscitar os trabalhos de OSM, mantendo-os tal qual eram, apenas trocando seu nome e o título do cargo daqueles profissionais, para  “Analistas de Negócios”, “Analistas de Qualidade; “Analistas de Processos” e outros semelhantes mas, em sua maioria, não se deram bem, dado a que acabaram caindo nas armadilhas em que a maioria daqueles órgãos veio a cair ao longo do tempo:  aumento da burocracia e foco nos problemas e não nas causas!

No momento atual, cremos oportuno discutir o assunto e propor uma solução que nos parece válida e capaz de contribuir para a melhoria da eficiência operacional e, como conseqüência, para ganhos de produtividade e de competitividade.

Se considerarmos que toda e qualquer empresa é administrada de modo a atingir  objetivos preponderantemente mercadológicos (excelente atendimento às necessidades e expectativas da clientela interna e externa e, graças a isso, melhoria contínua nas vendas e nos índices de retenção de clientes - condições necessárias para a manutenção e expansão de suas operações.  Se considerarmos, ainda,  que toda e qualquer empresa pública visa, em contrapartida aos tributos recolhidos, prestar serviços julgados e sentidos como de interesse, necessários ao bem estar da comunidade que atende, podemos concluir que a principal finalidade que qualquer empresa visa atender, com a estruturação de uma nova versão do órgão de OSM seja: “obter assessoria organizacional de qualidade tal que contribua positivamente para o atendimento de seus objetivos”! Certo?

Todavia, o que aconteceu no passado com a maioria daqueles órgãos? Perderam-se no SM (sistemas e métodos) e esqueceram do principal, o O (a organização), passando a executar atividades que pouca ou nenhuma valia tinha para a melhoria da capacidade competitiva das empresas, aumentando a burocracia e dificultando o processo de tomada de decisões! Perdoem-me, mas nunca será demais lembrar que políticas, diretrizes, normas, processos e procedimentos são MEIOS para atingir fins e nunca fins em si mesmos! A existência de uma quantidade abusiva de políticas, normas, processos e procedimentos, não raro, aumentaram consideravelmente a burocracia interna, retardando o processo de tomada de decisões, fazendo com que as empresas perdessem negócios para a concorrência, por “engessamento” administrativo.

Em uma nova e pujante forma, propomos a existência nas organizações, públicas ou providas, de uma AGE - Assessoria em Gestão Estratégica, deixando claro que a finalidade principal, a grande razão de ser da mesma deve ser a de contribuir, favoravelmente, para que a empresa atinja os seus objetivos, dentro dos parâmetros de competitividade, de eficiência operacional e de ética determinados pela Administração. .

Embora atuando como órgão de assessoria, os especialistas da AGE deverão ser, preponderantemente pró-ativos, voltados para o presente e o futuro das organizações;, facilitadores da implementação de mudanças e, mesmo criadores de mudanças, graças à sua capacidade de questionamento criativo! Para tanto, estes profissionais deverão ter livre acesso aos responsáveis pelas tomadas de decisões, em todo o âmbito de atuação das empresas - não apenas em termos de estrutura organizacional, mas efetivamente!

Estes profissionais deverão dosar a sabedoria, a prudência e a criatividade para questionar os negócios da empresa e a forma pela qual ela os realiza; contribuírem  para a criação de novos mercados, novos produtos e/ou serviços, novos canais de distribuição, novas sistemáticas de apuração e controle de custos e resultados; novas formas de negociar, de investir, de administrar, de despertar os potenciais criativos e motivacionais das equipes de todas as áreas da organização!   Devem, ainda, contribuírem constantemente para a redução da burocracia, adequando as estruturas organizacionais aos reais propósitos da empresa; tornando os procedimentos mais flexíveis e criativos, aprimorando os sistemas de informação, reduzindo ao máximo a quantidade de informações, adequando-as às reais necessidades de decisões da Alta Administração e dos vários níveis de coordenação, comando e controle.

Em síntese, os profissionais da AGE devem ter por missão assessorar a Alta Administração na definição e atualização da Visão da Empresa, de suas Missões, de suas Estratégias operacionais e estratégicas, dos Objetivos globais, das estratégias a adotar para conseguir atingi-los com sucesso. Eles devem constantemente questionar as políticas e normas, os sistemas de informações, notadamente os gerenciais (ERP’s, CRMs, SCM’s, etc.,) que, muitas vezes, se tornam  por demais complexos e inflexíveis.

Finalmente, e nem por isso menos importante, aqeles especialistas devem, ainda,  auxiliar a administração a atuar no presente, construindo diariamente o futuro, fazendo com que cada ação seja uma espécie de laje na construção do caminho do futuro, do “eterno agora” da empresa.

Para tanto, estes especialistas devem primar pela formação e atualização técnico-profissional, de modo que, por sua maneira de ser e de agir e por seus conhecimentos- generalistas em administração e nunca especialistas em métodos – possam ser reconhecidos e requisitados pela administração para orienta-la no processo de condução dos negócios da empresa.

A gloria pelos gols marcados, é da competência dos administradores responsáveis pela condução das várias áreas da empresa, mas, aos profissionais de AGE, compete a gloria de serem o “meio de campo”, as pessoas capazes de proporcionar os passes adequados, colocando o atacante com a bola nos pés, frente a frente com o gol.  

Novos tempos, novas realidades.  Sucesso contínuo!

Prof. Antônio Carlos Cassarro
Sócio-Diretor da CTO – Consultoria e Treinamento Organizacional;
Administrador, Contabilista e Economista
Prof. de Cursos de Graduação, Pós graduação e MBAs.