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A história do SAESP – Sindicato dos Administradores no Estado de São Paulo coaduna-se com a história da profissão do Administrador.

A Administração é muito antiga, remonta segundo alguns mestres e doutores de Administração ao antigo testamento, quando Moisés liderava o povo de Israel em pleno êxodo do Egito. Foi aconselhado pelo seu genro a determinar uma ordem de atendimento das demandas do povo (milhares), elegendo vários líderes que viabilizassem as petições e solicitações que não tivessem necessariamente o aval direto de Moisés, seus liderados tinham autoridade para equacionar tais questões, somente chegando a Moisés demandas que esses outros não tinham autoridade ou poder para resolvê-las, enfim, dessa forma iniciava o primeiro processo Administrativo.
 
A história dos cursos de Administração no Brasil não se compara com países desenvolvidos, a exemplo dos USA, que já no século XIX havia curso de Administração.
 
No Brasil essa realidade somente foi concretizada a partir de 1952, assim mesmo com a nomenclatura de Técnicos em Administração. Nesse período os EUA já formavam Bacharéis, Mestres e Doutores em Administração.
 
Notadamente, o curso de Administração no Brasil evoluiu em detrimento do desenvolvimento do país, pois as mudanças nos anos 50 e 60 foram preponderantes na infraestrutura industrial brasileira, como também na imprescindível necessidade de formação de profissionais cuja especialização, redundava em mão de obra especializada objetivando atender uma nova demanda, oposta ao sistema econômico-agrário até então vigente.
 
Evidencia-se que o ensino de Administração no Brasil era necessário frente à cadeia produtiva que emergia naquele momento. Portanto as escolas de Administração tiveram papel fundamental e decisivo nesse processo.
 
A profissão de Administrador somente foi reconhecida no Brasil como profissão de nível superior através da lei nº 4.769, promulgada em 9 de setembro de 1.965.
 
O avanço industrial brasileiro, cuja fase inicial ocorreu no governo de Getúlio Vargas e com maior intensidade no governo de Juscelino Kubitschek, pois este promoveu de forma mais intensiva a abertura econômica, com forte planejamento desenvolvimentista, o papel do Administrador surgia dessa forma como necessário e preponderante para as necessidades que surgiam.
 
O profissional de Administração tornou-se peça fundamental nesse processo de ascensão no desenvolvimento brasileiro e, portanto, era imperativo que essa profissão tivesse escopo de nível superior, considerando as exigências de conhecimento sobre planejamento estratégico e processos organizacionais complexos, cujo Administrador teria as condições necessárias para atender tal demanda que iniciava-se naquele momento.
 
Na prática os Administradores em atividade nessa época somente tiveram suas reivindicações atendidas no que tange a atividade legal e profissional do Administrador, com o advento do decreto lei nº 61.934, de 22 de dezembro de 1967 que regulamentou a profissão, servindo de alento as aspirações dos formandos dos cursos de Administração de nível superior.
 
Em detrimento da regulamentação da profissão no país, o Ministério do Trabalho nessa época, deferiu a criação do conselho que fiscaliza e normatiza a profissão, o CRA – Conselho Regional de Administração, tendo hoje como escopo maior da profissão o CFA – Conselho Federal de Administração.
 
Enfim, no pretérito havia profissões que alardeavam serem detentoras da teoria e prática dos três fatores de produção, sendo eles a terra, o capital e o trabalho.
 
Ao estudarmos o fator de produção organizado, percebemos que o mesmo coordena os três fatores de produção, propiciando condições satisfatórias à conquista de objetivos comuns dos mesmos, a Administração é a profissão que identifica e realiza esse processo.
 
Com a menção da história do surgimento da Administração no Brasil devidamente pontuada, em seguida e através de ações paralelas ao CRA-SP – Conselho Regional de Administração, "nasce" em 21/10/1971, o SAESP – Sindicato dos Administradores no Estado de São Paulo.
 
A primeira sede do SAESP foi compartilhada com o CRA-SP na Rua Cincinato Braga, 59 – 5º andar no bairro do Paraíso, em São Paulo.
 
Ressalta-se que no período do surgimento do SAESP, o Brasil vivia uma época em ebulição na política, cuja transição para a ditadura foi objeto de empecilho para muitas entidades de representação do trabalhador, entre tantas outras de caráter democrático.
 
Todavia, apesar desse cenário político nada acolhedor para um sindicato no final dos anos 60, o SAESP não teve obstáculos de natureza política em sua fundação.
 
Como senso comum, a ideologia do SAESP, não é pautada por aspectos político-partidários, apresenta de forma clara e transparente sua linha de ação.
 
Nesse aspecto ideológico, o SAESP rompe paradigmas, considerando que notoriamente os sindicatos constituem alianças com partidos de esquerda, promovendo greves, paralisações, piquetes de toda forma, objetivando reivindicações para sua classe.
 
Ratifica-se, dessa forma, que o SAESP diferencia-se das demais entidades de classe justamente por entender que o Administrador merece um sindicato que vai além das nuances e prerrogativas desse tipo de atividade laboral.
 
Não se trata de refutar ou negar o histórico papel preponderante que a entidade sindical representa desde sua origem no século XVIII, na revolução industrial da Inglaterra.
 
Ao contrário, demonstrar e determinar mudanças pontuais e estratégicas para sua própria sobrevivência enquanto organização séria e responsável. Uma questão de extrema importância nesse contexto norteia o fato do SAESP jamais ter um período de estagnação, rompimento com sua base ou até mesmo intervenção judicial, frente a inépcia ou incapacidade de sua diretoria em detrimento das demandas dos filiados.
 
Dessa forma, outro aspecto de fundamental importância deve ser analisado. Como é de conhecimento público, está tramitando no Congresso Nacional, o fim da cobrança do imposto sindical.
 
Trata-se, portanto de acabar com a maior, ou uma das maiores fontes de arrecadação dos sindicatos existentes no Brasil.
 
Se tal lei de fato for sancionada, bem como regulamentada, certamente as entidades sindicais terão forte impacto em suas receitas, pondo em risco sua própria permanência nesse setor.
 
Essa questão preocupante certamente norteará o conselho diretivo de muitos sindicatos, "acredito" que até mesmo demissão do quadro de colaboradores será uma forma de contenção dos custos dos sindicatos (entendo que nesse momento a contradição é latente no meio sindical).
 
Contudo, através de uma administração de vanguarda, o SAESP responde a esse obstáculo de forma profissional e amparado pela expertise alcançada ao longo de 40 anos de existência, sendo reconhecido pelos Administradores filiados pela excelência no atendimento, bem como na prestação de serviços diferenciados.
 
Sua consolidação é ratificada pelos resultados positivos alcançados ao logo dos anos, respaldando milhares de administradores filiados.
 
A estratégia dessa instituição sempre pautou o crescimento da profissão, alicerçada sobre um sindicato que busca, seja através dos colaboradores internos no que diz respeito ao contínuo aprimoramento profissional, ou elaborando projetos que visem atender seus filiados de forma plena, agregando constante valor aos mesmos.
 
A história do SAESP dessa forma apresenta um caminhar diferenciado das demais entidades desse setor, pois em seu bojo, haviam pioneiros da Administração que além de acreditar na profissão, acreditaram num Brasil melhor, mais organizado, mais democrático.
 
Enfim, o futuro dessa instituição está intrinsecamente ligado à profissão do Administrador, portanto não há limites para esse sucesso, e este, certamente irá perdurar por muitos anos, considerando os destaques da situação atual do SAESP, bem como da sua expectativa com os cenários futuros desse setor.
 
 
Por: Vanderlei Fernandes Barreto
Prof. Especialista e Palestrante
Artigo integrante da Monografia de Pós Graduação: SAESP: O Estudo de Um Sindicato de Classe